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    terça-feira, outubro 17, 2006


    Riobaldo e o Pacto nas Veredas Mortas
    Apresentando: Mr. Kurtz


    Já se passaram cem anos que Joseph Conrad escreveu a obra mais marcante de sua carreira. Escrito em 1899, e publicado três anos depois, o livro é fruto direto das experiências de J. Conrad durante sua viagem ao Congo Belga, e continua sendo uma obra fundamental para entender as barbáries contemporâneas. Marlow é o protagonista que nos conta o que se passou com ele durante sua viagem.J. Conrad é um excelente escritor, e com tantas qualidades, sabia da chatice de obras puramente autobiográficas, livros de viagem, que buscam somente tecer retratos de uma realidade irretratável, de experiências que não podem ser entendidas bem apreendidas por terceiros. Marlow é seu medianeiro; aquele que recebe suas mensagens, filtra em sua consciência, e nos traduz a fantasia, que sempre é mais real do que a descrição crua dos fatos. Os personagens surgem e somem com bastante facilidade ao longo do livro; são símbolos, avisos e sinais para Marlow, e neste sentido, são meros coadjuvantes, embora mantenham importância vital para os destinos de Marlow. Na verdade, há somente outro personagem, Mr. Kurtz, que encarna a oposição máxima de Marlow, capaz de definir sua identidade e moldar suas escolhas. Nenhum outro personagem é importante para Marlow; pelo contrário, são figuras secundárias, desprovidas de sentido, isentas da profundidade necessária para atingir o coração de Marlow. Não à toa deu-se ao livro o título de Coração das Trevas, alusão direta à Marlow, e indireta à Conrad. Joseph Conrad, após sua agourenta viagem pelo rio Congo, voltou à Inglaterra como um outro homem, ou melhor, o mesmo Joseph Conrad, porém com lembranças e experiências de vida que jamais poderiam ser apagadas de sua vida. “O que está feito está feito”, como nos diz o ditado popular. Contemporâneos dizem que após sua visita ao Congo, Joseph Conrad adquiriu uma visão sombria da vida, um pessimismo contagiante dogênero humano. Mas o que Conrad pode ter visto ou experimentado capaz de alterar sua visão de mundo e seu ethos ? Não há como traduzir estas experiências ipsis litteris, afinal, todos nós temos trajetórias distintas, caminhos divergentes, que nos carregam significados divergentes, porém não custa tentar, assim como vem fazendo poetas e artistas há vários séculos, com a consciência de que a compreensão de suas obras nunca será a mesma, mesmo mantendo o desejo obscuro de que sejam compreendidos, de que alguém no mundo inteiro seja capaz de sentir o que o artista sente ou sentiu no momento da concepção da obra. Conrad conhece os limites de um trabalho artístico, e finaliza sua obra com este reconhecimento, pois, do que adiantaria tentar contar algo sobre o Terror para Mrs. Kurtz ? Como traduzir o Terror em palavras ? Conrad assume ser impossível tal empreitada e diz que Mr. Kurtz referiu-se ao amor dela — Mrs. Kurtz — quando proferiu suas últimas palavras. Todos indivíduos, em algum momento de suas vidas, perguntam-se se são frutos do meio, se são influenciados pelo meio em que vivem, ou se são pessoas imutáveis, que não alteram quaisquer traços diante dos mais diversos meios. Esta questão recorrente para o auto-conhecimente parece estar presente na obra de Conrad. No início do livro, Marlow nos dá um relato de seu exame médico, com o psiquiatra fazendo medidas de seu crânio — importante para pesquisas a respeito das mudanças ocorridas nos indivíduos que passaram por aquele local — e Marlow desconfiando e mostrando ser aquilo uma bobagem; afinal de contas, Marlow é um navegador experiente, como poderia ser capaz de sucumbir aos ditames provindos de apenas mais um naco colonial ? Esta é a subtrama do livro: explicar como é impossível não ser afetado por aquele ambiente, e se alguém duvidar, que vá, veja com seus próprios olhos e conheça o Mr. Kurtz da vez. O recado de Marlow para seus amigos marinheiros é inequívoco: quer provar que não háalternativa ao Terror, e em meio dele — o Terror — nós nos redefinimos, nos transubstanciamos. Se o Coração das Trevas parece mais ser um local, uma indicação geográfica ou até mesmo um período de tempo, algo que nos situe em algum lugar, é também a impossibilidade de sair desse lugar, de fingir que não se está lá, de fechar os olhos para tudo aquilo. Não há saída, uma vez iniciada a jornada; não há outro caminho a não ser aprofundar-se naquele universo; não há outro coração, a não ser o coração das trevas. O que Marlow nos conta não é um sonho ruim, um pesadelo, mas a realidade, daí a importância vital de ter de ficar três meses parado no entreposto central — no nada, pois não estava nem com Kurtz nem na costa — com tempo suficiente para pensar e repensar em Mr. Kurtz e rever suas expectativas quanto a sua viagem. Caso a chegada a Mr. Kurtz fosse rápida e fácil, tudo não passaria de um sonho, e as imagens rápidas poderiam ser facilmente arquivadas na memória, mas não. É a própria imagem do purgatório, algo intermediário, cuja promessa é conduzir para algo grandioso. Por fim, Joseph Conrad parece ser um bom companheiro de Nietzsche. A morte de Kurtz é a morte de Deus, porém não são somente os negros os selvagens. Todos nós somos selvagens; Conrad deixa isto em aberto: entenda quem quiser, se vestir a carapuça; e se acreditarmos em Nietzsche, a carapuça servia à contemporaneidade. A malaise de Conrad, ao voltar para a Inglaterra provém da descoberta de uma permanente faca de dois gumes espiritual: ou estamos abandonados, sós num mundo hostil e pouco acolhedor ou nos sujeitamos a Deus, sem nada nos garantir, além da fé — quando não abalada pelo Terror —, que não nos estamos se sujeitando à Mr. Kurtz. Karl Popper nos ensina que o único critério seguro que define a Ciência é a falseabilidade: provar que algo é falso. Os mecanismos de Terror vivenciados por Maslow seguem lógica similar: mostram aquilo que é falso, excluindo a verdade daquilo que era tido como certo. O Terror trata, portanto, da falseabilidade do gênero humano, capaz de adotar condutas extremas, criativas, horríveis e perigosas para revidar seus impulsos e desejos. Porém, o grande problema epistemológico persiste, insolúvel: como provar que nós vivemos no Terror, nos acostumamos com ele, nos adaptamos a ele, e temos um coração das trevas, uma vez que nós mesmos somos varíaveis do sistema que está sendo pesquisado ? Como demonstrar que estamos vivenciando o Terror se nossas experiências alternativas são individuais e não podem ser adequadamente traduzidas para a coletividade ? Ao longo da história aprendemos a ver o Terror no outro, mas nos dessensibilizamos a ponto de sermos incapazes de reconhecer o Terror em nós mesmos. Esta incapacidade é que dá força e continuidade a todos os mecanismos Terror, transformando-os, muitas vezes, em sólidas instituições capazes de ordenar a vida de muitos indivíduos. Na virada do século XIX – XX, quando boaparte do mundo ainda era repartida entre civilizados e primitivos, Joseph Conrad talvez tivesse consciência destes sutis meandros epistemológicos, e muito provavelmente, o espanto dos leitores com as barbáries coloniais relatadas por Marlow, tenha causado-lhe ainda mais descrença no gênero humano. William Rios
    http://br.groups.yahoo.com/group/Estacao_Palavra/
    posted by iSygrun Woelundr @ 6:55 PM  
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